A PRIMEIRA MICARETA DO BRASIL
Embora a cidade de Jacobina tenha realizado sua micareta nos últimos anos sempre em datas incertas, neste ano eleitoral a festa irá acontecer no periodo correto mas nem tudo é alegria pois Jacobina e a região passa no momento por diversos problemas, e para ilustrar nosso comentário vejamos alguns:
A estiagem castiga a região e especificamente nossa cidade onde os níveis de reserva de água potável já estão em alerta forçando inclusive um racionamento na distribuição local, desde modo, é provável que o folião que venha a Jacobina não encontre nem água para tomar banho caso não ocorra chuvas antes da data anunciada.
Outro grande problema é a epidemia da dengue, são em média 68 casos de dengue diagnosticados por dia na unidades hospitalares da cidade, por outro lado, os agentes de endemias que visitam as casas não têm como coibir que focos de proliferação do mosquito sejam eliminados já que na maioria das visitas em residências, os agentes não possuem nenhum tipo de instrumento para ter acesso aos tanques, tais como: escadas, cintos de segurança entre outros equipamentos de EPi.
Na contramão dos acontecimentos figura-se o poder econômico, com investimentos acima de 1 milhão de reais, algumas rádios locais já foram contratadas para fazer a cobertura da micareta e consequentemente a contrapartida deve ser o silêncio de seus âncoras, não pode haver comentários aos temas que ora são instigados por ouvintes e participantes dos programas sob pena da festa sucumbir e o quinhão das rádios ir por água abaixo.
Enfim, gostaria de saber onde fica a responsabilidade social que tantos meios de comunicação que propagam a ética e o compromisso com a coletividade na impresa nativa, em alguns programas afirma-se até que existe liberdade para qualquer pessoa participar mas o ouvinte nunca sabe que por detrás da propaganda enganosa existe um MSN onde o apresentador é informado acerca de quem será o ouvinte a falar, para só então decidir como numa "ditabranda" este pode falar, aquele não.
Bem, são por estes e outros interesses que a pressão para que a micareta ocorra será grande, os blocos de avenida, as empresas que locam estruturas metálicas e as empresas de bebidas além da baixa popularidade da Prefeita, com certeza, não querem saber se vivemos um caos na saúde, epidemia de dengue hemorrágica e falta d'água, o que importa é que o pão seja oferecido ao povo e o circo também, quiçá esta sociedade sedente por festas possa se embriagar e esquecer dos problemas assolam a cidade e que nada o muito pouco tem sido feito para diminuir-los.
Saudações,