Ultimamente, o principal comentário nas esquinas de Jacobina é a disputa que envolve a próxima presidência da Câmara. A expectativa é geral, os atores políticos deram início aos diálogos há mais de 3 meses mas com o afunilamento do prazo para a convocação da eleição, os acordos e promessas já estão sendo alinhados, comenta-se pelos botecos que já existem até futuros candidatos (as) a prefeito (a) aplicando suas reservas materiais para interferir nesta disputa, objetivando a garantia de um capital simbólico para o pleito de 2024.
Entretanto, nosso enfoque de hoje busca contemplar outros olhares sobre questões subjetivas envolvidas no tabuleiro destas eleições. Para tanto, gostaria de lembrar aos leitores que nos últimos 20 anos não recordamos de nenhum prefeito que tenha governado sem o apoio da Câmara, ou seja, o governo atual parece ter sido o único não conseguiu reunir maioria para fazer a presidência do Legislativo. Assim sendo, acredito que essa próxima legislatura carregará um valor vital para o fortalecimento ou enfraquecimento da gestão em curso. Ventila-se pelos bastidores que as costuras já estão bem avançadas e um dos nomes nesta corrida é o vereador Clodoaldo de Itaitu, o mesmo conta com o apoio de vereadores do PCdoB e de outras legendas que integram ou querem integrar o governo a partir de 2023.
Toda eleição para a presidência tem um peso imenso, pois dentro do formato do regimento da Câmara Municipal de Jacobina, o presidente tem poderes parecidos com o de um Rei. A maioria das decisões são tomadas exclusivamente pelo presidente, além do controle total sob as pautas das sessões que garantem um poder de manobra significativo, ele controla e executa todos os recursos recebidos pela Casa Legislativa que atualmente perfazem mais de 1 milhão por mês, podendo chegar a 1,5 milhão a partir de 2023.
Ao que parece, o cofre do Poder Legislativo é um prato cheio para os atores políticos que almejam uma plataforma robusta onde é possível criar condições singulares para voos ainda mais altos, como a possibilidade de compor como Vice numa eventual eleição para o Executivo ou até mesmo a cabeça de Chapa com vistas à conquista do cofre da Prefeitura. No jogo do poder, até o dia 22/12/2022, data limite para realização das eleições, muitos esforços serão encampados para a manutenção do poder, do lado da oposição, um grupo de políticos maduros com muita estrada rodada e “bala na agulha”, do lado do grupo do gestor municipal, um conjunto de jovens políticos que estão aprendendo o movimento das peças no xadrez legislativo, embora a maioria seja de novatos, contam com a experiência de um ex-presidente da câmara que sabe bem como posicionar as peças para constituir um embate vitorioso. Contudo, somente o movimento das madrugadas vão dar o ritmo e definir o êxito desta disputa.
Portanto, até lá, cada jogador deve posicionar suas peças no tabuleiro da Câmara e, com bons movimentos de abertura, promover uma estratégia que permita atacar o rei adversário impondo lhe o tão almejado xeque-mate que definirá os rumos políticos do Legislativo e do Executivo nos próximos dias.
Saudações Democráticas,
Dayvid Sena
Professor Mestre em Estudos de Linguagens