quarta-feira, 3 de novembro de 2021

OBRAS ESTRUTURANTES MELHORAM O TRÂNSITO E A VIDA DAS PESSOAS EM JACOBINA

 



Após 10 meses de gestão municipal liderada pelo prefeito Tiago Dias e a instalação de uma usina de asfalto no município de Jacobina têm levado obras que repercutem em grande melhoria do  piso da cidade. Muitas ruas que não foram preparadas para receber o tráfego pesado e intenso de veículos, fato que passou a existir após uma mudança  realizada no fluxo do trânsito central desde o ano de 2012, quando passou a surgir vários problemas para o piso da cidade, ou seja, surgimento de buracos e afundamento de paralelos, haja vista que ruas antes não eram movimentadas e passaram a receber uma alta intensidade de veículos sem o devido estudo prévio.


Neste sentido,  a gestão recém empossada tem realizado intervenções significativas na requalificação destas artérias  e vias transversais essenciais para o fluxo de cargas e mercadorias no centro da cidade, inclusive avançando em locais que ultimamente não se imaginava a chegada de uma pavimentação asfáltica, como no caso de distritos da zona rural e pátios de instituições públicas.  


Os impactos positivos destas ações já podem ser observados tanto pelos transeuntes quanto pelos reflexos na mídia local, as rádios que gastavam boa parte de suas pautas recebendo reclamações de ouvintes acerca da situação dos buracos na cidade, agora observa que essa realidade aos poucos está sendo silenciada pelos bons ventos que ora melhoram a infraestrutura básica de nossa cidade. Diga-se de passagem, desde 1988 nenhuma gestão ousou a fazer o óbvio no quesito de qualificação para as ruas de Jacobina.

Em contrapartida, é de grande importância que as secretarias do Meio Ambiente e Obras observem os devidos estudos de impactos ambientais, estéticos estruturais quando o assunto for a levada de massa asfáltica para locais que possuem nascentes e afluentes de rios, pois a chegada deste tipo de inovação, podem gerar resultados negativos e irreversíveis para o ecossistema do lugar. Vale ressaltar que, isso vale tanto para as iniciativas do ente público quanto para as de natureza privada, sem esse cuidado técnico, alguns mananciais e zonas de turismo/lazer podem ser afetados por iniciativas não sustentáveis que provocam destruição e especulação imobiliária, como o caso de alguns distritos os quais já estão sofrendo com intervenções ou omissões que no passado, eram realizadas sobre o pretexto de desenvolvimento do turismo e fortalecimento da economia, mas  atualmente, a realidade é falta de água, poluição sonora e ameça aos seus mananciais. 

Por fim, a população de Jacobina almeja que possamos de fato ter, no quesito pavimentação, a qualificação dos espaços públicos da cidade, seja na sede ou nos distritos, pois, a maioria dos eleitores de Jacobina, cansados de tanto descaso e mau uso dos recursos públicos, apostaram suas fichas numa proposta política diferente e comprometida com os anseios sociais não atendidos pelas gestões anteriores. Logo, o momento atual proporciona uma oportunidade histórica de fazer o que precisa ser feito nos moldes do LIMPE - Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. 

Saudações Democráticas,


   

          

    

sexta-feira, 23 de julho de 2021

JACOBINA E OS 141 ANOS DE “EMANCIPAÇÃO POLÍTICA”.

Foto: www.google.images


A cidade é imediatamente, de fato, a concentração da população, dos instrumentos de produção, do capital, dos prazeres, das necessidades, ao passo que o campo torna patente precisamente a realidade oposta, o isolamento e a solidão” 
(A ideologia alemã, 2009).

        Resolvemos escrever essa breve reflexão para ponderar acerca das coisas que envolvem a chamada “emancipação de um cidade” e os respectivos interesses e representações que os grupos sociais fazem sobre esta condição.

        No texto anterior, publicado no site Observatório de Jacobina, levantamos algumas considerações sobre a ruptura histórica que envolvia o processo político eleitoral no ano de 2020, naquele episódio, fizemos uma leitura dentro dos grupos políticos hegemônicos denominados Jacús e Carcarás. Deste modo, queremos retomar algumas coisas importantes que foram pontuadas de forma subjacente naquele texto.

        Em primeiro lugar, o principal traço que mobiliza os meios de comunicação e seus atores a promoverem sentimentos de orgulho e autonomia em relação à cidade, reside na condição de autonomia (administrativa, financeira e política) atribuições que foram conferidas a partir de 1988, quando foi promulgada a Constituição Federal do Brasil, ou seja, todas as cidades passaram a gozar de recursos próprios em seus cofres, isto é, autonomia para gerir estes recursos mediante aprovação eleitoral.

        É neste contexto que a emancipação municipal desencadeou uma corrida desenfreada pelo poder e o acesso ao que denominamos “a chave do cofre”. Do ponto de vista prático, a comemoração da emancipação de uma cidade só interessa materialmente aos grupos que desde 1988 controlam e conquistam o poder em diversas cidades do interior da Bahia. Na prática, o que muda são as narrativas, muito pouco no formato de gerir as cidades foi modificado, em grande parte, as práticas refletem o cenário do período que antecedeu a redemocratização do país, os antigos coronéis representados por suas famílias e empresas, migram a seu bel prazer de uma esfera política para outra, mantendo sua hegemonia sobre as administrações e controle “material e espiritual¹” das cidades.

        Portanto, quando somos convidados a entrar na atmosfera de comemoração emancipatória, precisamos refletir sobre quais elementos caminham pelo pano de fundo desta tal “emancipação”. Em segundo lugar, precisamos entender que tipo de benesses materiais a sociedade em sua maioria, tem recebido nestes supostos 141 anos de emancipação. Vejam bem, trata-se praticamente um século e meio de “emancipação” e quais são as verdadeiras conquistas que a comunidade jacobinense e região tem recebido para se sentirem na obrigação de comemorar? Ao que parece, nossa cidade, possui belos castelos erguidos em sua sede, muitos deles para serem alugados às custas de recursos públicos, inclusive, em alguns casos, estes bens levantam uma série de dúvidas sobre a sua condição particular ou pública, no que tange aos meios de sua gênese. Além disso, a cidade possui o título de “cidade mãe” cidade polo, cidade do ouro, esses atributos ao longo de quase dois séculos conseguiram tornar nossa cidade de fato emancipada, humanizada, menos desigual? As estruturas físicas de escolas, creches, hospitais, feiras livres, praças, estradas (rurais e urbanas) dentre outras questões básicas refletem a tal emancipação? Até que ponto as riquezas de nosso município são transformadas em benefícios reais e concretos para os seus munícipes? Quem souber responder, ganha um “chocolate copenhagen”.

        É importante lembrar que independente de sua reposta ser positiva ou negativa, a verdadeira emancipação e libertação de uma cidade não se dá por meio de heróis, mitos, personagens ou discursos moralistas, esses só servem para esconder o verdadeiro desejo que move boa parte dos atores políticos sociais: o Poder. De um lado, o que de fato pode libertar e emancipar uma cidade é o sentimento de comunidade, de pertencimento e respeito pela coisa pública, por outro lado, uma auto fiscalização cidadã, o fortalecimento de conselhos, associações e cooperativas não submissas aos eventuais caprichos pessoais de seus líderes, mas organizadas em torno de demandas coletivas, verdadeiramente isonômicas. Aparentemente, num exame material e espiritual objetivo do contexto jacobinense, facilmente percebemos que estamos um tanto longe de conquistar esta dita emancipação, entretanto, a mobilização e o engajamento atrelado ao uso das ferramentas virtuais e físicas, podem auxiliar na superação destes dilemas.

        Por fim, acreditamos que seja de grande importância incitar festejos e entretenimento pela passagem de datas comemorativas, contudo, é essencial estarmos alertas acerca da impressão que se constrói em torno das emancipações das cidades. Junto a tais festejos, almejamos também a construção de fóruns, debates, exposições artísticas, peças teatrais, dentre outras linguagens que permitam outras compreensões e sentidos sobre a emancipação de uma cidade e seu povo, em outras palavras, a construção de momentos de reflexão coletiva e interações transparentes sobre o verdadeiro conceito de emancipação e quais caminhos se deve trilhar para que as gerações futuras possam, um dia, viver uma emancipação concreta em sua cidade.

        Dito isso, a verdadeira emancipação somente pode ser concretizada, no dia que a maioria dos cidadãos compreenderem que a “chave do cofre” é de responsabilidade de todos e todas, logo, através de um movimento amplo de consciência coletiva, buscar meios de emancipação política da Jacobina e dos seus integrantes, num movimento que envolva o aniquilamento de paixões historicamente materializadas em prol de pequenos grupos emancipados. A partir deste dia, podemos dizer que vivemos e temos uma cidade EMANCIPADA.

Saudações Democrática, Dayvid Sena.




1 A referência ao termo material e espiritual se fundamenta na premissa desenvolvida por Marx e Engels (2009) no livro a Ideologia Alemã, onde os mesmos afirmaram que a classe que detêm os bens materiais (empresários, industriais, coronéis, clérigos religiosos) ou seja, a classe dominante, teria ao mesmo tempo o poder espiritual. Aqui a palavra Espiritual não carrega o sentido cristão, mas o conceito de saber, conhecimento, informações que seria dominantes sobre a sociedade, em nosso caso, sobre a cidade e seus atores.


terça-feira, 19 de janeiro de 2021

A Virada Política de Jacobina e a estruturação de um Governo Híbrido.




É verdade que o povo jacobinense se surpreendeu com a chegada de uma liderança política jovem e estranha aos coronéis políticos locais, um ícone que construiu sua trajetória a partir da organização de associativismo rural, trabalho que lhe rendeu dois mandatos de vereador e o recém iniciado mandato de prefeito na cidade de Jacobina.

Entretanto, a coesão vitoriosa desta façanha não seria possível sem articulação de atores políticos de vários partidos e grupos sociais distintos, todos envolvidos por uma narrativa discursiva de confronto às práticas viciadas decorrentes do sistema político hegemônico. Neste sentido, o candidato pleiteante ao cargo de prefeito encampou uma série de discursos que ecoaram no imaginário social de modo  persuasivo a maioria dos eleitores. Todavia, o sentimento de mudança nos rumos políticos de Jacobina também era um reflexo sintomático do cenário politico nacional, fato que foi bem aproveitado pelo grupo que orbitou a candidatura.

A caminhada política de Tiago Dias, agora prefeito, reflete uma postura de enfrentamento ao modelo de gestão pública instalado na maioria dos sertões nordestinos, onde uma figura populista, geralmente oriunda de família abastada, exercia o Poder com o apoio de um pequeno grupo que lhe prestou apoio financeiro para alçar o Poder. Desta forma, o prefeito Tiago Dias (PCdoB), até o dia da posse, conseguiu manter um formato historicamente distinto do que acabamos de citar. Decorrido o prazo de diplomação e assunção do cargo, inicia-se a composição de um novo governo, ao que parece, o foco na campanha eleitoral e sua operacionalização deixou algumas lacunas nos critérios que seriam seguidos num eventual resultado eleitoral vitoriosos, sobretudo por ser fruto de uma coligação formada por aproximadamente 9 legendas, destas, 5 com comissões diretivas ativas. Por este viés, o governo “Dias Melhores” teve seu início priorizando as composição dos cargos de secretariado onde o PP teve 2 cargos, 2 do Podemos, 1 do PSB, 1 do PL sendo os demais escolhidos dentro da alçada pessoal do prefeito eleito.

Um fato interessante neste contexto decorre da delegação para escolha de 2 secretários pelos segmentos sindicais da APLB e da CDL respectivamente defensores dos interesses dos docentes e dirigentes lojistas da cidade. Numa breve análise à luz do referencial teórico de Maingueneau que versa sobre o “Ethos Discursivo” ou seja, a imagem que o prefeito buscou passar com esse ato de delegação para as entidades sindicais foi de que seu governo teria espaço para uma participação democrática extrapartidária, ainda que estas instituições tivessem distintos posicionamentos políticos ideológicos, inclusive contraditórios quanto aos assuntos políticos de seu espectro originário. Por conseguinte, ressaltamos que trata-se da formação de um governo híbrido, exceto as nomeações que foram decorrentes da indicação sindical (Patronato e Professores), as demais nomeações foram ocorrendo em sua maioria por encaminhamentos pessoais de agentes políticos que controlavam os supracitados partidos, grande parte sem debates coletivos ou deliberações intra-partidária ampla e democráticas, talvez por isso, colheu-se resultados adversos como no caso da disputa pela presidência do Legislativo Municipal, estes fatos devem ser examinados pois temos uma tarefa histórica e não devemos comungar com um eventual governo baseado no “toma lá da cá”.

Portanto, surgem alguns questionamentos: Até que ponto um governo híbrido sem um programa comum ( Elaborado, Conhecido e Integrado por todas pastas da máquina pública) que defenda as pessoas e os trabalhadores (as) em risco social, uma agenda que de fato seja fruto de deliberações coletivas da sociedade, partidos e instituições que emergem dela, contemplando o que o candidato chamava de transparência e participação popular, pode se fortalecer para além da virtualização em redes sociais? Qual é a expectativa do governo sobre a conduta operacional da administração pública no que tange ao combate dos vícios enraizados historicamente no fazer administrativo da maioria das cidades? O ato recentemente publicado para contratação (inexigibilidade licitatória) de “advogados” é um ato legal, entretanto pode dar motivos para outras interpretações, concordam? Teriam essas evidências alguma semelhança com os modelos coronelista anteriores? Seria o aumento compulsório da TIP (Taxa de Iluminação Pública) um exemplo significativo de que agora “somos o Estado”? “Somos” mesmo, porém que sejamos um Estado mais humano e consideremos as circunstâncias da população em sua maioria, essa é a nossa singela expectativa. Sabe-se que os sinais dados pelas urnas de Jacobina exige uma compreensão ampla, sob pena de se manter os mesmos problemas alimentados nos últimos 30 anos, sendo que desta vez, não podemos maquiar com marketing, paixões ou idolatrias, deixemos isso de lado e façamos uma gestão qualitativa do erário.

Em conclusão, nossas inquietações são fruto de um olhar cidadão que percebe de forma desapegada e crítica o momento histórico que conquistamos, pois, não desejamos que os interesses individuais de figuras orbitantes do Poder possam atrapalhar as expectativas de uma sociedade que vive há mais de trinta anos num dualismo político vazio e talvez responsável, em parte, pelos mais perversos prejuízos econômicos, histórico-culturais e estruturais para nossa cidade, um pequeno recorte desta constatação, é o fato dos últimos 12 anos as pautas das rádios girarem em torno de “buracos na rua” e “lâmpadas em postes” dentre outra demandas elementares para uma cidade do porte de nossa querida Jacobina. Precisamos avançar, cabe a cada um de nós construir Dias Melhores de Verdade !!!

Saudações Democráticas,

Dayvid Sena

Vice-Presidente do PCdoB Eleito - Filiado desde 2004