Partindo do pressuposto que o direito a informação é bem imaterial e Constitucional conforme o artigo 5º e 220º da nossa Carta Magna, se percebe que os constituintes acertadamente cuidaram de garantir o acesso á informação e na contra-mão deste dispositivo jurídico esqueceram-se de sugerir um outro artigo para tratar da necessidade de se garantir uma informação de qualidade, é claro, sem suprimir a liberdade de expressão e o direito de imprensa.
Neste sentido, ao decorrer dos anos a sociedade brasileira recebe a cada dia uma informação moralmente e politicamente mascarada, de má qualidade, talvez a existência destes mecanismos de monitoramento e avaliação da forma como se faz a informação no Brasil pudesse trazer uma notícia com maior qualidade e menos tendenciosa. As rádios no Brasil têm uma inserção massiva no cotidiano de muitas famílias, o ouvinte constantemente recebe em seu lar informações que são propositalmente reproduzidas sem ser devidamente digeridas, haja vista que este é o papel do verdadeiro radialista, contudo o que ser observa frequentemente é a transmissão destas "desinformações" sem sequer passar pelo crivo do processamento racional de quem as transmite, isso é denominado "explicar".
Por outro lado, numa nação onde a grande parte de seus agentes são analfabetos funcionais, transmitir este tipo de informação parece ser o modo mais conveniente de manter as pessoas sempre longe de qualquer caminho que as levem perto da verdade, assim "Entender" seria exatamente o contrário de explicar, como fazem a maioria das rádios e seus radialistas, Entender segundo Emir Sader equivale ao desalienamento do sujeito, ir além da mercadoria que é vendida e enxergar o seu conteúdo, sua fórmula (grifo nosso).
Enfim, na cidade provinciana de Jacobina, as rádios e alguns blogs se preocupam apenas em vender a mercadoria, não importam-se nem com o tipo de mercadoria que passam, chegam a ocupar suas paginas com noticias de mercadorias que foram demitidas de uma rádio para servir aos interesses de outra rádio, no fundo, discussões que não engrandecem a sociedade nem modificam a maneira com que as informações são reproduzidas nela, enquanto isso, as empresas destroem nossa cidade e nossas vidas com poluentes tóxicos
nas águas, entre as substâncias descarregadas estão os compostos
orgânicos do clorinato, minerais, derivados de petróleo, mercúrio e
chumbo (todos pelas indústrias) e fertilizantes, pesticidas e herbicidas
(pela agricultura), que são arrastados para os rios com as chuvas.
Por conseguinte, poluir a pauta das rádios com coisas tão miúdas e sem sentido, parece deixar a entender que os arrego$ dos morros cariocas também já chegaram às rádios e boa parte de seus agentes, ou seja, na dinâmica do capital a última coisa que vai ser colocada na pauta será o compromisso subjetivo da função pública das rádios e o respeito aos ouvintes.
Saudações,