Educação Municipal e APLB em
Jacobina: Uma questão de foco !!!
Num contexto nacional, a grande maioria dos ícones políticos atuais
surgiram das bases sindicais, sejam elas patronais ou proletariadas decorrentes
de suas lutas e conquistas durante décadas. Por outro lado, no interior da
Bahia especificamente em Jacobina no que diz respeito à representação sindical
dos professores municipais este cenário de lutas e conquistas está num
horizonte muito distante, não se sabe se por falta de organização e formação política
dos professores ou se por falta de foco nas demandas mais urgentes da classe. Recentemente,
estive numa assembléia da APLB Jacobina, pude perceber que a participação do professores
é muito pequena diante da quantidade de professores que o município tem em seus
quadros, outro ponto interessante, é que a diretoria da APLB local é formada na
sua maioria por professores do Estado que enxergam o município só como “bico”
de trabalho, por esta razão, talvez, enfraquecendo a luta de temas que já são
realidade na totalidade dos municípios circunvizinhos.
Na pauta da discussão da última assembléia estavam: Atividade
complementar, Excedência de professores e Reajuste do Piso 7,97 %, contudo, por
incrível que pareça, no encontro foi discutido diversos problemas inclusive a venda
de plano odontológico, mas o que era importante para a classe não foi colocado
sequer em pauta de votação, dado o atraso do tempo, decorrente da falta de um
condutor para presidir o evento. Pessoas falavam sem limite de tempo, problemas
pessoais foram colocados em discussão sem a devida intervenção do presidente
para conduzir o que de fato era para ser discutido e votado, bem como a ausência
de uma deliberação de tempo das “falas” de cada professor, assim o tempo foi
passando e às 13hs, já todos exaustos e boa parte dos participantes já haviam evadido,
a dita “assembléia” terminou tragicamente, grifo do Presidente local.
Deste modo, como professor e sindicalista, gostaria de contribuir
construtivamente e para isso precisamos elogiar e criticar, pois numa seara de
liberdade de expressão e centralismo democrático não podemos ver os erros e cobri-los
em prol da conveniência pessoal, seja do sindicato ou da administração pública.
Jacobina é hoje sem sombra de dúvidas o município que pior remunera seus
profissionais da educação, estes não têm nenhum tipo de vantagem (percentual de
regência, auxílios etc), não contam com um plano de carreira e possuem uma
previdência quebrada, por este viés cabe a seguinte provocação: qual são as
conquistas que os professores e administração pública através de ações próprias
têm alcançado? Percebe-se muito barulho/propaganda e pouca ação contundente que
repercuta diretamente na situação dos docentes municipais e conseqüentemente no
modelo de educação, assim não estamos aqui defendendo greves ou outros motins,
queremos um plano de pautas urgentes para ser discutido com a administração
atual e o estabelecimento de datas para a sua implementação, logo não podemos
ficar como o eterno Raul Seixas postulou “ficar com a boca escancarada cheia de
dentes esperando a morte chegar”, a situação é gravíssima e precisamos nos
mobilizar independente de bandeiras partidárias, o que está em jogo é a saúde financeira da
professor e da educação de Jacobina.
Enfim, deixo em aberto para que os próprios professores e autoridades manifestem-se
sobre as questões aqui pautadas.
Saudações,