sábado, 28 de julho de 2012

As Rádios e os Falsos Moralistas: Uma Abordagem Universal.


 

Ultimamente estamos presenciando diversos movimentos estarrecedores nos contexto político de Jacobina, dentre os que têm tomado às ruas e virado até conversa de "corredor da morte" na feira livre foi o investimento em capital humano para trazer na campanha da "transformação" dois personagens velhos conhecidos do "tio léo". O primeiro, um âncora magrinho, marrento que costuma bater na mesa de seu programa e dizer " eu já estive do lado de lá, eu sei como eles jogam" demonstrando ter comido no prato e depois teoricamente ficar arrependido do gosto e do modo de preparo da comida. O outro também âncora da outra AM, bom comunicador, estreitamente articulado com setores políticos e extremo conhecedor do tabuleiro de xadrez que é a seara do poder em Jacobina. 
À luz do conceito da Moral que está ligada a êthos e significava, numa palavra, a interioridade do ato humano, ou seja, aquilo que gera uma ação genuinamente humana e que brota a partir de dentro do sujeito moral, ou seja, êthos remete-nos para o âmago do agir, para a intenção. Por outro lado, êthica significava também éthos, remetendo-nos para a questão dos hábitos, costumes, usos e regras, o que se materializa na assimilação social dos valores, logo em relação aos titulo do nosso texto, conseguimos visualizar um alto grau de dualidade moral no que os supracitados âncoras dizem e o que eles fazem dentro do campo comunicacional pois ambos já trabalharam juntos e os registros de seus programas sugerem que nenhum encontrava-se satisfeito com o descaso e abandono que o municipio de Jacobina está sofrendo pela administração atual, pelo menos é o que percebia-se até alguns meses atrás, mas........... num movimento talvez mercatilista ou "profissional" aqueles que ora utilizavam as "rádias' para propagar seu discurso refletindo a insatisfação do povo, parece que o faziam assim para aumentar o valor da a oferta pelo silêncio ou pela desconstrução do discurso ora propagado. Porém,  já alertava o ditado chinês " a palavra dita, a flecha lançada e a oportunidade perdida" jamais volta atrás, portanto queremos registrar que em Jacobina e pelo Brasil afora as "rádias" servem como instrumento de centralização de poder e manobra da opnião pública dos menos esclarecidos, os atores principais dos programas noticiosos ao invés de informar, omitem e pautam suas machetes de acordo com conviniência do horóscopo e o  o peso das ofertas.

Meus Pêsames !!! O periódo eleitoral irá passar mas a biografia destes falso moralistas ficará nas páginas pretas da história.

Saudações !!!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

A Biografia da "Transformação" !!!


Com o lema de "governo da transformação" a atual prefeita de Jacobina conseguiu enganar muitos, primeiro porque a pessoa da assistente social era muito bem quista em Jacobina, segundo porque a figura de uma mulher,  talvez com maior sensibilidade fosse o ingrediente que faltasse para alavancar o desenvolvimento e diminuir as demandas sociais em Jacobina, contudo após 3 anos e 6 meses nada além de calçamentos e pinturas foi feito em uma cidade que a cada dia encolhe e perde o status de cidade pólo. Com o aproximar das eleições municipais fez com que finalmente alguns movimentos transformacionista ocorressem no plano municipal, aquilo que denominavam transformação, ou seja, obras no fim de linha buscando unicamente tornar refém parte da população que após sofrer com um periodo de seca que assola a região, espera por qualquer tipo de migalha que possa chegar da máquina que desesperadamente correr para se manter no poder. O acelerar das obras em nossa cidade anuncia aos menos esclarecidos que quando o assunto é dever e obrigação o atual governo caminha na contra mão, a chance de fazer uma administração descente e objetiva em todas as áreas foi jogada fora, o risco de passar como icone de um governo que se caracterizou pela omissão e a insensibilidade com as demandas sociais, faz de Jacobina neste momento um grande canteiro de obras inócuas pois dificilmente estas irão repercutir na melhoria da vida dos mais necessitados que clamam por geração de emprego e saúde de qualidade. Na foto acima registra-se umas obras que denotam fielmente o "modus operandis" deste governo, esperar até o último grito de misericódia para ao aproximar do pleito fazer pequenas obras ou favores com o intuito de mostrar que embora soubesse da existência da necessidade só se pode trabalhar no fim de linha, no fim da vida pois o povo tem memória curta e possivelmente vão esquecer que passaram mais de três anos abandonados e agora foram lembrados para no minimo darem seu voto em troca de mais 3 anos de esquecimento. Por outro lado,  a nossa esperança vive ao perceber que a cada dia o povo está mais atento aos movimentos pré-meditados dos politicos, seja em jacobina ou em outras praças, este sentido que se aguça, torna ao meu ver, cada dia mais próxima a certeza de que o povo irá escolher um "rumo" diferente para a nossa cidade, nada pessoal, mas de fato o que se constata é que após 4 anos de desgoverno não temos o que registrar em relação ao crescimento de Jacobina, a não ser os empréstimos públicos, o obitos por falta de atendimento e as contas dos que num plano subjetivo se beneficiam com todo este processo de subtração social.

Enfim, acreditamos que as mesmas mulheres que se sentem injustiçadas com o fato de não poderem "dar a luz" em Jacobina por falta de atendimento médico emergencial, serão as mesmas que encabeçarão a caminhada para a mudança do Ba x Vi em Jacobina, avante mulheres, avante homens de bem, nem tudo o dinheiro pode comprar, a resposta virá e não tardará !!!


Saudações,

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O INICIO DA LIBERTAÇÃO DE JACOBINA

Neste sábado (7), às 9h30, o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, participa de debate promovido pela coligação “Unidos para mudar Jacobina”. A dobradinha Amauri Teixeira (PT) e Zé Amin (PCdoB) traz para a primeira atividade de campanha das eleições de Jacobina a atenção da Bahia inteira. Afinal de contas, Gabrielli é um dos principais postulantes a sucessão do governador Jaques Wagner em 2014. O encontro ocorre no auditório do Sindicato dos Comerciários. Antes, às 8h, os militantes da coligação (PT-PCdoB-PSB-PSD-PRB-PTB-PSL-PRTB-PPL) realizam passeata pelas ruas do comércio de Jacobina.
Na oportunidade, Gabrielli vai resgatar “O papel econômico de Jacobina para o Desenvolvimento da Bahia”, dando ênfase ao potencial produtivo adormecido da capital do ouro ao longo dos anos. Além do secretário de planejamento da Bahia, quem também participa do evento organizado pela candidatura petista é a ex-presidente da Conder, a deputada estadual Maria Del Carmem (PT), que também vai contribuir com o debate.
O quê?
Debate sobre o “O papel econômico de Jacobina para o desenvolvimento da Bahia” com os empresários, comerciantes e população de Jacobina.
Quem?
O ex-presidente da Petrobas, José Sérgio Gabrielli realiza palestra com candidato a prefeito Amauri Teixeira e seu vice, Zé Amin.
Quando?
7 de julho, às 9h30.
Onde?
Sindicato dos Comerciários de Jacobina
Porque?
A coligação “Unidos para mudar Jacobina” vai realizar uma série de debates sobre as propostas contidas no Programa de Governo de Amauri Teixeira.

terça-feira, 3 de julho de 2012

REDUÇÃO DO IPI VERSUS O LUCRO EXORBITANTE....



Reproduzimos este valioso artigo para todos aqueles que aproveitaram a queda do IPI para ficar de carro novo, nem tudo é alegria, a colonização continua muito bem disfarçada e quem paga o preço somos nós consumidores, reflitam !!!!

Joel Leite: Venda de automóveis zero bate recorde, ainda com margens de lucro astronômicas

publicado em 2 de julho de 2012 às 19:41
por Luiz Carlos Azenha
Em 6 de agosto de 2011 o Viomundo publicou um texto da repórter Heloisa Villela, que vive em Washington, no qual ela dizia tomar susto com os preços que encontra quando visita o Brasil.
No corpo do texto ela mencionava reportagem que havia feito com o jornalista Joel Leite, do Auto Informe, que também mantém o blog O Mundo em Movimento.
Trecho:
O Honda City, fabricado em Sumaré, interior de São Paulo, viaja até o México, paga frete, tem que dar lucro para a revendedora, e tal. Bem, os mexicanos compram o carro pelo equivalente a R$ 25.800,00 enquanto os brasileiros desembolsam R$ 56.210,00 pelo mesmo modelo. Pelas contas do Joel, tirando toda a carga tributária, o lucro das concessionárias, e comparando com o preço no México, o fabricante tem um lucro de quase R$ 15.000, por unidade, no Brasil.
Joel é autor de uma investigação que demonstra que os preços astronômicos dos automóveis no Brasil não resultam apenas dos insumos mais caros ou da carga tributária: são resultado, também, do que ele batizou de Lucro Brasil, ou seja, grandes margens de lucro praticadas pelas montadoras.
Falar em Lucro Brasil é uma forma irônica de se referir ao chamado Custo Brasil, que empresários e jornalistas frequentemente usam para tentar vender reformas neoliberais — a redução de direitos trabalhistas, por exemplo — ou para justificar preços completamente divorciados da realidade.
O texto da Heloisa, mais uma reportagem que eu mesmo fiz sobre os automóveis brasileiros, que reproduzi aqui, causaram animado — para não dizer furioso — debate entre os internautas.
O Fábio Passos, por exemplo, argumentou que parte dos reclamos da Heloisa se devia à sobrevalorização do real. Sim, mas nem sempre, como notou o Luiz P, que respondeu:
“Acho que vc não entendeu a ideia do artigo. Lá diz que quando um produto que custa, por exemplo, US$100,00 nos EUA, e por aqui chega a R$500,00 é um caso de especulação. Cito o exemplo baseado em valores concretos de tênis de corrida.
Vamos ilustrar com dois cenários:
1 – Real com valor considerado normal US$1,00 = R$2,50
Pelo câmbio o tênis de US$100,00 deveria custar aqui R$250,00. Então quando ele custa R$500,00 está pelo dobro do preço.
2 – Real hipervalorizado US$1,00 = R$1,60
Pelo câmbio o tênis de US$100,00 deveria custar aqui R$160,00. Então quando custa R$500,00 está mais de três vezes mais caro.
Isso mostra que produto estrangeiro absurdamente caro em um quadro de supervalorização da moeda nacional só pode ser fruto de especulação desenfreada. Nesse quadro os produtos estrangeiros deveriam estar mais baratos. O que acontece por aqui é caso de polícia…”.
Tratando especificamente dos automóveis, destaco alguns comentários:
Marcelo de Matos disse que o problema é o cartel das montadoras; Felipe atribuiu os preços à falta de concorrência; Rodrigo aft disse que o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) não trabalha em defesa da concorrência; Ricardo Alves afirmou que falta ao brasileiro a paciência para pechinchar (ele mesmo diz ter obtido um abatimento de 7 mil reais na compra de um carro zero); Francisco Hugo afirmou que o fato de as montadoras terem suas próprias financeiras faz com que elas ajam também como ‘atravessadoras’; Sergio Navas, que conhece o ramo da siderurgia, alegou que o preço da tonelada de aço laminado longo é de U$ 1.600 no Brasil, contra U$ 830 nos Estados Unidos e U$ 750 na China; Alexandra Peixoto destacou a concentração da cadeia produtiva no Brasil e recomendou este artigo da economista Tânia Bacelar; o David Bonis recomendou a leitura do artigo de Pedro Kutney, do Automotive Business, chamado Os custos, os preços e os bobos.
Noir, num desabafo, disse que “os governos que o Brasil teve ao longo de sua existência foram Governos que governaram para os outros, notadamente os de fora”.
Disse mais:
Bem, sabemos que as coisas boas, somente são boas se funcionam; assim o “capitalismo brasileiro”, transformou-se em um “capitalismo de esgoto”, altamente explorador, selvagem, que não contribui com sua sociedade. Nosso capitalismo é exatamente a “política colonial ” empregada entre 1500 e 1900, extrativista. A diferença é que antigamente se extraia o pau-brasil, ouro, prata, manganês, quartzo, diamantes e no Brasil [de hoje] se extrai “dinheiro”.
O tom do desabafo da Noir me lembrou muito o do jornalista Lúcio Flávio Pinto, já que a ideia subjacente é a mesma: o Brasil como extraordinária fonte de lucros.
[Lúcio tratou do ritmo de exportação de minério de ferro de Carajás -- crime de lesa Pátria, segundo ele --, lamentou a exportação de energia brasileira embutida em lingotes de alumínio destinados ao Japão e afirmou que a Amazônia brasileira está sendo transformada em uma subcolônia -- primeiro, do Sudeste, depois de estrangeiros -- para exportação de energia]
Todos os comentários acima citados e muitos outros, tão importantes quanto, estão aqui e aqui.
Com a notícia publicada pelo Estadão de que nos últimos três anos e meio as montadoras remeteram para as matrizes U$ 14,6 bilhões em lucros e dividendos, achei que tinha chegado a hora de entrevistar o Joel Leite a respeito, levantando com ele as questões mencionadas pelos comentaristas.
Outro motivo da entrevista: a venda de automóveis no Brasil disparou em junho, com a saída de até 20 mil veículos zero num único dia, recorde histórico.
Segundo Joel, as vendas bateram recorde mas não foi por conta da redução da margem de lucro. Pelo contrário, algumas concessionárias que haviam reduzido, aproveitaram para recompor sua margem de lucro. E nem todas as montadores teriam repassado o valor integral da redução do IPI aos consumidores.
O jornalista afirma que os preços de automóveis não caem abaixo de um determinado patamar e deu como exemplo do poder de fogo da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos) a sobretaxa que foi aplicada contra a suposta “ameaça chinesa”.
O Cherry QQ chegava ao Brasil, já com acessórios, a 12 mil reais, mas como ameaçava a produção das empresas instaladas aqui acabou sobretaxado por pressão das montadoras locais. Isso quando a Cherry e a JAC (outra montadora chinesa) detinham apenas 0,6% do mercado, contra 70% da General Motors, Fiat, Volkswagen e Ford.
Joel também comenta campanhas do gênero da Abaixo o Lucro Brasil, ativa no Facebook.
Ouçam a entrevista, enquanto a gente providencia a degravação:


Viomundo: Quais são as últimas do mercado automobilístico?
Joel Leite: O mês de junho fechou com vendas recordes, aumento de vendas históricos. Para você ter uma ideia, o mês teve só 20 dias úteis, sendo que um deles  ainda foi espremido junto ao feriado, quer dizer, você pode considerar 19 dias úteis. Mas mesmo considerando 20, você teve 17 mil carros por dia vendidos. Para você ter uma ideia do que isso significa, nesses últimos anos, quando as vendas estão bombando, o mercado crescendo, as vendas tem sido de 13 mil carros por dia, 14, eventualmente 15 num mês muito especial. Neste mês de junho a média foi 17, na última semana foram 20 mil carros por dia. Isso resultado do que? Da redução dos preços em consequência da retirada do IPI para carro 1.0 e redução do IPI para carro acima de 1.0, que o governo fez no final do mês de maio. Quer dizer: abriu a mão do imposto e com isso vários carros, várias montadoras abaixaram o preço, não todos, por sinal, mas foi o suficiente para provocar essa corrida às revendas, foi realmente uma procura enorme, que é possível até que não se mantenha nos próximos meses, é um pouco artificial, mas contribuiu para isso, para ser o segundo maior mês da historia e a maior venda diária de toda a história da indústria.
Viomundo: Joel, praticando aqueles preços que você denunciou como sendo parte do Lucro Brasil ou não, ou os preços andaram caindo muito?
Joel Leite: Não, não, os preços cairam somente o necessário para reduzir… a consequência da redução do IPI. Ninguém participou mais, além do governo, dessa redução dos preços. Ao contrário, muitas montadoras mantiveram os preços ou tiveram uma redução abaixo do que seria o necessário com a redução do IPI. Ouvi de um dirigente do setor de distribuição… ele disse que muitas concessionárias estavam trabalhando com uma margem reduzida. Então, o que eles fizeram com essa redução do IPI? Recompuseram a margem. Ele falou claramente que em vez de repassar todo esse valor para o consumidor, eles acabaram acertando a vida deles aí, recompondo a margem, muitos carros tiveram uma redução [de preço] menor que o IPI [reduzido] provocou.
Viomundo: Nos seus textos você menciona que as montadoras instaladas  no Brasil muitas vezes são responsáveis por boa parte do lucro das matrizes. E aí tem uma notícia de hoje, do Estadão, do Iuri Dantas, dizendo que nos últimos três anos e meio elas remeteram 14,6 bilhões de dólares em lucros e dividendos. É uma informação que vem ao encontro do que você tem dito, né?
Joel Leite: Exato, isso é uma amostra de que… na verdade o que acontecia quando as montadoras reclamavam junto ao governo por uma redução de preço? O que elas queriam era manter a sua margem de lucro, que é bastante alta, solicitavam uma redução de imposto para poder baixar o preço, sem fazer a sua parte, esse é o grande problema. A gente sabe que a margem de lucro no Brasil é muito grande, foi comprovado isso, dito pelos próprios dirigentes internacionais das montadoras instaladas aqui, a margem de lucro é muito grande no Brasil, é maior do que em qualquer outro país. Quando eles querem incrementar a venda, em vez de reduzir essa margem eles acabam apelando para o governo, que dá guarida a isso, o governo acaba sempre atendendo. Aconteceu isso no início da crise de 2009, em dezembro de 2008, foi o que manteve o Brasil vendendo [automóveis] bem em 2009 e 2010. Aconteceu novamente agora. É possível que… o imposto é para voltar no mês de agosto, é possível que ainda isso se estenda até o fim do ano.
Viomundo: Joel, você disse que hoje o governo controla o mercado de automóveis. O que você quis dizer com isso?
Joel Leite:  Quando as marcas importadas chegaram ao Brasil mais fortemente, especialmente as chinesas, chegaram há dois anos com carro mais barato, carro totalmente equipado e ao preço de um carro básico brasileiro. O consumidor de um carro básico — Gol, Palio, Celta, esses carros pequenos — ele nunca teve a oportunidade de comprar um carro totalmente equipado, porque ele teria de pagar à parte vidro elétrico, o trio elétrico, air bag, direção hidráulica, ar condicionado, essas coisas que são básicas em qualquer carro do mundo, no Brasil não tem.
Para você ter uma ideia, Azenha, há muitos anos, quando o espelho retrovisor do lado direito não era obrigatório nos carros, as montadoras não equipavam o carro com espelho retrovisor [do lado direito], para você ter uma ideia. Um item absolutamente básico. Ele era considerado opcional, só passou a ser equipado [com o espelho retrovisor do lado direito] depois que a lei obrigou. É o que vai acontecer com o air bag e [o freio] ABS daqui dois anos, quando será obrigado.
Hoje, a montadora não coloca esse equipamento e faz ele [o comprador] pagar à parte. O que aconteceu, voltando ao raciocínio? O carro chinês, especialmente, chegou com esses equipamentos e começou a ganhar mercado. A pressão das montadoras fez o governo impor um IPI adicional de 30 pontos percentuais, praticamente inviabilizando a operação dessas marcas no Brasil. Se você pegar as duas coreanas, a Hyundai e a KIA, que já estão no Brasil há muito tempo e estavam conquistando seu espaço, também sofreram. A KIA, por exemplo, teve uma queda de 47% nesse semestre, no fechamento do semestre, em relação ao primeiro semestre do ano pasado. Culpa do aumento do imposto.
Por outro lado, a empresa que mais cresceu nesse semestre foi a Nissan, beneficiada com a importação… ela também é uma importadora, ela importa a maior parte dos seus carros vendidos aqui, ela foi beneficiada porque o governo aceitou… o México faz parte de acordo [automotivo] com o Brasil e não recolhe imposto de importação e também não recolhe o IPI adicional de 30 pontos. Quer dizer, o governo é que controlou esse mercado, é um mercado absolutamente artificial. O carro não está sendo vendido porque ele é mais bonito, porque tem o melhor desempenho, porque tem o melhor custo-beneficio ou porque a montadora fez uma grande estratégia de marketing. Está sendo vendido porque houve um controle artificial desse mercado através do imposto do governo.
Viomundo: O que você diz de certa forma concorda com uma de nossas comentaristas, Noir, que diz que essa margem de lucro é falta de governo…
Joel Leite: É a falta de governo. Você vê nesse relato que você acabou de dizer que saiu aqui no Estadão… da remessa de lucros. A remessa de lucros, o volume foi mais ou menos o mesmo volume do valor que o governo deveria ter recolhido de impostos neste período, nestes três anos depois da crise e que acabou abrindo mão em benefício das montadoras.
 Viomundo: O leitor Felipe disse que o problema é falta de concorrência, é verdade?
Joel Leite: Não é falta de concorrência. Nós temos hoje no Brasil mais de 40 montadoras, mais de 40 marcas, todas as grandes marcas mundiais e muitas pequenas estão operando no Brasil. Imagine você, o Paraguai vende carro mais barato que a gente, o Chile — que não fabrica nenhum carro — importa tudo, vende carro mais barato que a gente. Aí você vai dizer que o imposto lá [no Chile] é baixo. É verdade, é baixo, mas se você pega a Argentina, o imposto é menor que o do Brasil mas não tão mais baixo assim. E as diferenças de preço são absurdas, absurdas. Quer dizer, você compara o preço do carro no Brasil com países de primeiro mundo, onde tem uma realidade diferente — Estados Unidos, Europa, Japão — e compara com paises do terceiro mundo, com paises miseráveis, em qualquer comparação o carro brasileiro é mais caro. Não existe explicação… O custo Brasil, que eles consideram, o custo de operação, custo de logística, de transporte, de todos estes problemas que existem na operação industrial e comercial no Brasil… para o consumidor isso não é custo, é lucro [alheio]. Alguém lucra, se não é a montadora que tem essa maior parte do lucro, é a concessionária, é a oficina, é o transporte, é o cegonheiro, esse dinheiro se perde na cadeia e quem vai pagar o preço final é o consumidor, né?


Fonte: www.viomundo.com.br