sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A guerra midiática - Parte II

Rússia: Relatório da AIEA lembra "armas de destruição" do Iraque


O governo da Rússia afirmou nesta quarta-feira (9) que o relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre supostos planos do Irã de "fabricar armas nucleares" é muito semelhante às denúncias feitas em 2003 sobre as supostas armas de destruição em massa em poder do Iraque de Saddam Hussein. Na época, a denúncia foi usada como pretexto para invadir o país árabe.


O relatório faz lembrar "a história das armas de destruição em massa do Iraque de Saddam Hussein, que aparentemente deveria prevenir estas mostras de imprudência", diz comunicado do Ministério de Relações Exteriores russo.

Leia também:
França ameaça intensificar sanções contra o Irã
Rússia também repudia adoção de novas sanções contra Irã

A Rússia declara também que o tal relatório da AIEA, usado pelos Estados Unidos e seus satélites para mais uma vez pedirem a imposição de novas sanções internacionais contra Teerã, "não contém dados essencialmente novos".

"Trata-se de uma compilação de fatos conhecidos, que tiveram deliberadamente uma ressonância política. Quando faltam provas convincentes, os autores recorrem a projetos e suspeitas", denuncia o comunicado.

Os autores do relatório "fazem malabarismos com a informação, com o objetivo de causar a impressão de uma suposta descoberta de um componente militar no programa nuclear iraniano. Dita postura é difícil de considerar profissional e imparcial", acrescenta o Ministério.

A nota ressalta que a Rússia está preocupada com o fato de que o relatório é utilizado abertamente para "frustrar os esforços da comunidade internacional para a resolução política e diplomática da situação do programa nuclear iraniano".

"A evolução dos eventos pode gerar um perigoso confronto", diz a Rússia, que também denuncia a intenção do ocidente em desacreditar a iniciativa russa por uma solução do problema de maneira gradual com concessões mútuas.

A Rússia destaca também que o relatório inclui pontos que são desconsiderados pela mídia ocidental, como a disposição de Teerã de iniciar um diálogo direto com a agência da ONU no sentido de dissipar as dúvidas do Ocidente em relação ao programa nuclear e o convite a visitar as instalações atômicas iranianas.

O comunicado diz que o relatório da AIEA ignora a carta de colaboração enviada pelo vice-presidente do Irã e responsável pelo programa nuclear, Fereydun Abbasi-Davani, ao diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano.

"Por que tais propostas foram praticamente ignoradas pela agência? Parece que ao invés de dar aos iranianos a oportunidade de responder às questões colocadas, se coloca a tarefa de ditar uma sentença de culpa", acusa.

A Rússia afirmou que rejeitará a imposição de novas sanções contra o Irã, por considerar que elas poderiam ser interpretadas como um instrumento para a mudança de regime em Teerã.

"Esta postura é inaceitável para nós, e não temos a intenção de estudar tal proposta", afirmou Gennady Gatilov, vice-ministro de Relações Exteriores, citado pelas agências.

Com agências - Fonte: www.vermelho.org

Nenhum comentário:

Postar um comentário